24 Junho, 2021 at 13:52 · admin · Comentários fechados em Tratamento Pós-COVID
Tratamento Pós-COVID
A recuperação do paciente Covid-19 não termina no momento da alta. Depois de superar a doença, é preciso investigar e tratar possíveis sequelas que muitas vezes evoluem sem dar sinais, resultando em danos graves à saúde, que na maioria dos casos são cardiológicas, pulmonares, renais, dores no corpo, cansaço físico e mental, uma vez que elas podem evoluir silenciosamente e comprometer seriamente a saúde da pessoa.
De maneira geral, as principais manifestações do pós-Covid relatados até agora são:
-Fadiga
-Falta de ar
-Dores de cabeça
-Dores musculares
-Dores no peito
-Perda de paladar e olfato (temporário ou duradoura)
-Tontura
-Tromboses
-Palpitações
-Depressão e ansiedade
-Queda de cabelo
-Dificuldades de linguagem, raciocínio e memória
Mal-estar e queixas como dores de cabeça e perda de olfato tendem a se resolver sozinhos. Agora, se o incômodo é intenso, o ideal é procurar atendimento. É possível conter os danos e intervir antes que algo pior aconteça.
Para se livrar do coronavírus, o sistema imunológico desencadeia um processo inflamatório, que se torna exacerbado demais em uma parcela de pessoas. São as vítimas da chamada tempestade inflamatória, fenômeno que envolve a liberação de substâncias, como citocinas, com potencial para lesionar órgãos e tecidos. Nos pulmões, onde a batalha contra o Sars-CoV-2 é mais intensa, restam fibrose (uma espécie de cicatriz) que atrapalham a respiração. “Vem daí parte do cansaço”.
A fadiga e a dificuldade de fazer movimentos simples são alguns dos problemas mais comuns nos estudos. E não é só do pulmão a culpa. “As citocinas atacam os músculos, gerando dores e a sensação de fraqueza”. O próprio sistema nervoso, que comanda o tecido muscular, pode ser afetado pela inflamação ou pelo próprio vírus, o que só piora a situação.
Para os internados, que tendem a sofrer uma perda muscular significativa, surgem desafios maiores. A diminuição da massa magra afeta a mobilidade e, ainda por cima, atrapalha o retorno do sangue dos membros inferiores para o coração – ora, são os músculos que o bombeiam para cima. Isso potencializa o cansaço e eleva a probabilidade de trombose, entre outras coisas.
Falando em circulação, os vasos sanguíneos ficam abalados após a tempestade inflamatória. Até por isso, o risco de entupimentos que levam ao infarto e ao AVC aumenta. Não à toa, os profissionais às vezes receitam anticoagulantes por algum tempo.
O cérebro é um dos órgãos mais sensíveis ao excesso de inflamações pelo corpo e à queda da oxigenação. Um trabalho feito no Incor com 185 pessoas que contraíram o coronavírus mostrou que 80% manifestavam algum comprometimento cognitivo, como dificuldade de atenção e raciocínio, perda de memória.
A fisioterapia se faz indispensável na reabilitação pós-COVID pois atua diretamente em todos os sistemas, seja o cardiorrespiratório, músculo esquelético, neurológico, sistema imunológico, visceral e emocional. Iniciamos uma anamnese e uma avaliação fisioterapêutica para diagnosticar as possíveis alterações apresentadas pelo paciente. O objetivo é detectar as alterações iniciais, atuar diretamente de forma curativa e preventiva.
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